Nos anos 90, a Rede Manchete se consolidou como o maior expoente da cultura pop japonesa no Brasil. Entre suas diversas atrações, um bloco em especial marcou os fãs de anime mais maduros: o lendário U.S. Mangá. Exibido nas noites da emissora, o programa apresentava animações voltadas para um público mais adulto, com temáticas densas, violência estilizada e narrativa cinematográfica.
Estréia
O U.S. Mangá estreou em um momento em que os animes estavam em ascensão no Brasil, mas o conteúdo apresentado ali era diferente dos clássicos infantis exibidos durante a tarde. Obras como Genocyber, com sua carga dramática e cenas impactantes, surpreendiam até os telespectadores mais experientes.
Outra obra marcante do bloco foi Battle Angel Alita, que apresentou uma protagonista feminina em um universo cyberpunk brutal e sensível ao mesmo tempo. O programa também trouxe Devilman, conhecido por seu estilo psicodélico e abordagem do terror e do existencialismo.
Além dos animes em si, o U.S. Mangá ajudou a formar uma geração de apreciadores da estética cyberpunk, do drama psicológico e da ficção científica japonesa. O bloco tornou-se símbolo de uma era da TV brasileira onde o experimental e o ousado ainda tinham espaço no horário nobre.
Conclusão
Mesmo após o fim da Rede Manchete, o legado do U.S. Mangá permanece vivo na memória dos fãs e continua influenciando novos espectadores que descobrem esses títulos graças à nostalgia e à redescoberta da cultura pop dos anos 90.