A Electronic Arts (EA), uma das maiores editoras de videogames do mundo, conhecida por franquias como FIFA (agora EA Sports FC), Madden NFL, Battlefield e The Sims, está prestes a passar por uma das maiores mudanças de sua história. Recentemente, foi anunciado que a companhia deixará de ser listada em bolsa para se tornar uma empresa privada, após um acordo de aquisição avaliado em cerca de US$ 55 bilhões — um dos maiores leveraged buyouts já registrados na indústria. Reuters descreveu a transação como a maior já feita por fundos de private equity no setor de entretenimento digital.
O consórcio responsável pela compra reúne a gestora Silver Lake, o Public Investment Fund (PIF) — fundo soberano da Arábia Saudita — e a empresa Affinity Partners, administrada por Jared Kushner. Segundo The Verge, o valor pago será de US$ 210 por ação, cerca de 25% acima do preço antes de os rumores do negócio virem à tona.
A operação ainda precisa de aprovação dos acionistas e dos órgãos reguladores, mas a expectativa é que seja concluída no início do ano fiscal de 2027. Quando isso ocorrer, a EA deixará de negociar ações publicamente e passará a ter mais liberdade para definir estratégias de longo prazo, sem a pressão imediata de resultados trimestrais. Andrew Wilson, atual CEO, deve continuar à frente da companhia, garantindo continuidade na liderança, de acordo com Investopedia.
Especialistas destacam que o movimento pode redefinir a forma como grandes empresas de games se estruturam. Sem as cobranças constantes do mercado de capitais, a EA poderá arriscar mais em novos projetos ou reorganizar suas operações de maneira menos exposta. Por outro lado, a forte participação de investidores internacionais, incluindo o PIF, levanta debates sobre questões regulatórias e de segurança nacional em países ocidentais, o que pode atrasar ou até impor condições ao fechamento do acordo.
De acordo com a AP News, há também críticos que consideram que o valor oferecido não reflete totalmente o potencial de crescimento da empresa, especialmente com franquias estabelecidas e novos projetos em desenvolvimento. Ainda assim, para muitos analistas, a negociação representa um marco na crescente presença de fundos soberanos e grupos privados no setor de games, reforçando a importância estratégica da indústria no cenário global.
Se tudo correr como previsto, a Electronic Arts entrará em uma nova era: longe dos olhos da bolsa de valores, mas ainda no centro das atenções do público gamer e dos reguladores.