Após as movimentações maliciosas dos hackers do LulzSec, como o ataque ao site da CIA e o roubo de dados de mais de 100 milhões de usuários da Sony no mês de maio de 2011, o grupo anunciou o fim de suas atividades. Porém, o braço brasileiro LulzSecBrasil continua suas atividades, mesmo sendo uma mistura de ataques virtuais com ativismo. O grupo assumiu a autoria dos principais ataques às páginas do Governo e de órgãos públicos nos últimos dias.
Na semana passada o LulzSecBrasil apoiou o protesto organizado por outro grupo de hackers, o Anonymous, que atacou os sites da Visa, Mastercard e Paypal devido às represálias ao WikiLeaks. Passeatas foram organizadas em 16 cidades brasileiras com o objetivo de protestar contra a corrupção. Ações com um forte grau de ativismo. As manifestações ocorreram no último sábado (2) e o “grito de guerra” era: “Somos uma legião. Nós não perdoamos. Nós não esquecemos. Vamos todos lutar contra esse governo corrupto! Seja por bem ou por mal”.
Na página do Twitter do LulzSecBrasil, o grupo deixou mensagens como: “Nós não estamos a favor da anarquia digital, cybercrimes e vandalismo. Mas sim a favor de um Brasil limpo onde o povo terá liberdade e vida digna” e “Nós estamos a favor do ativismo! #AcordaBrasil. Juntos somos capazes de fazer muito, mas enquanto estamos trabalhando, o foco serão as passeatas”. Em sua página, o grupo deixou uma mensagem agradecendo a presença dos participantes nas passeatas e diz que está em contagem regressiva para o próximo alvo, sem dar muitas explicações. O suposto ataque estaria marcado para daqui a quatro dias.
Passados os dias de ataques e manifestações, o que parece claro é o ato de ativismo. A própria manifestação de sábado mostrou esse lado dos integrantes do Anonymous, que reuniu cerca de 100 pessoas na Avenida Paulista. Marchando contra a corrupção, o grupo se uniu a outras passeatas como a do Basta! e a legalização da maconha. Concentrados no vão livre do Masp, alguns manifestantes usaram máscaras do Guy Falkes, personagem do filme político V de Vingança, que tem como ideologia lutar contra o sistema. O próprio WikiLeaks tem um cunho ideológico de tornar público o que governos e empresas tentam esconder.
Enquanto isso, o Congresso brasileiro discute a necessidade de o País ter uma lei específica para crimes digitais, marcando votação do PL 84/99, do deputado Eduardo Azeredo (PSDB/MG), para agosto de 2011, após a recessão parlamentar. O cenário é de expectativa, tanto do lado do Governo quanto do lado das ações dos grupos de hackers ativistas.
Fonte: Decision Report